Constantemente me perguntam o que afinal é este “Custo Brasil”
que tanto falam.
Procuro sempre uma comparação que faça sentido.
Imaginemos dois corredores de mesmo nível técnico
participando de uma corrida. Ambos com mesmo nível de material, como tênis,
roupa tecnológica. Só que um vai correr carregando uns 6 sacos de arroz. Alguém
tem dúvida de quem vai ganhar?
Carregar peso extra, impede rendimento, gasta combustível em
automóveis. Até nos seres humanos é prejudicial à saúde.
Pois esta é a comparação que faço para explicar o custo
brasil.
Nossas indústrias são tecnologicamente similares às
estrangeiras mas carregam um peso desnecessário. E é desnecessário mesmo. De
primeiro de janeiro até hoje já pagamos R$ 476 bilhões em impostos. É muito
dinheiro, que não está (e nunca foi) bem empregado.
Haja visto que com tudo
isto, não temos um sistema público de saúde condizente, obrigando as empresas a
proporcionarem convenio médico para seus trabalhadores.
As empresas também são
obrigadas a pagar boa parte do transporte público, travestido de vale
transporte.
Do montante do valor da folha de pagamento das indústrias, somente
pouco mais de um terço, chega na mão do trabalhador, obrigando as empresas a
conceder, por exemplo, uma cesta básica para ajudar seus colaboradores.
Para
não falar dos impostos em cascata, provavelmente uma invenção Brasileira.
Temos
também quotas de aprendizes (obviamente remunerados). Ensino não é função que
deveria estar sendo cumprida pelo estado?
Se o estado cumprisse com suas obrigações, este valor gasto
pelas empresas, poderia ser revertido como aumento de salario, gerando maior
distribuição de renda.
Mas para isto o a fortuna arrecadada em impostos, deveria
ser eficiente e inteligentemente aproveitada.
Estamos precisando de um “Choque de gestão“, na
administração pública.
A boa notícia, é que ontem foi aprovado no congresso, a
resolução 72 que acaba com a “Guerra dos Portos“.
Chega de incentivar com
redução de tributos o produto importado.
Aí já é demais. Além de carregarmos nas
costas o custo Brasil, ainda aliviam mais o peso para o importado. Só no Brasil
se incentiva a importação de produtos manufaturados, promovendo a geração de
emprego nos outros países e não aqui.
Já pensaram, se fosse permitido no Brasil, descriminar no
preço do produto, o valor do produto separado do valor dos impostos, como em outros países? Não teria
propaganda eleitoral que desse jeito.
Abra os olhos Brasil
Está na hora do nosso governo parar de fazer tantas e desvergonhadas reverências ao que vem de fora e passar a dar o devido respeito ao PSI, Produto do Suor Interno, que é resultado do esforço, empenho e raça do povo brasileiro, tão relegado à segunda classe quando tem-se que pesar na balança o que "é mais relevante, prioritário e de maior interesse para a pátria tupiniquim". Bela reflexão, Ronald, com a clareza e arestas pontiagudas de sempre. Parabéns! Quando puder, leia o meu novo texto: http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/3632455
ResponderExcluirAbração!
Oscar
www.vidaecrita.com.br
Você falou muito bem e demonstrou a pesada carga que onera as nossas empresas e, que evidentemente afeta a todos os brasileiros, já que a remuneração que chega à mão de cada um é diluída por conta da carga tributária incidente - a empresa paga e o trabalhador paga - e, ressalvadas as devidas proporções, uma enormidade. De fato, este custo Brasil é excessivo e está se tornando insuportável ao cidadão comum que tem inúmeras obrigações mas contrapartidas quase nulas.
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