145 dias para as Olimpíadas de Londres. E o vôlei de praia?

Faltam 145 dias para as Olimpíadas de Londres em. Está chegando a hora.

Continuando a série dos Esportes Olímpicos, temos o Vôlei de Praia. Para mim é um esporte empolgante. Fico imaginando o esforço para defender toda a quadra somente em dois atletas. Desde minha infância, via jogos amadores nas praias do Rio de Janeiro. Eu simplesmente adorava. Até hoje fico "vidrado na telinha" quando alguma prova está sendo transmitida.

Vôlei de Praia - História, Regras e Curiosidades

O vôlei de praia começou oficialmente em 1920, nas praias do Havaí, com partidas disputadas por equipes de seis jogadores, embora há dados que confirmem que o esporte também era praticado em Santa Mônica, Califórnia, na mesma época.

Em 1927, o esporte atravessou o Oceano Atlântico e se converteu em uma das atividades mais populares dos acampamentos nudistas de Francoville, França. Já nos anos 30, era praticado assiduamente em cidades francesas, da Tchecoslováquia e da Letônia. Entretanto, foi nas praias de Santa Mônica, nos Estados Unidos, que se começou a diminuir a quantidade de jogadores por equipe. Primeiro, para quatro e, posteriormente, dois.

A disputa do primeiro torneio oficial de duplas masculinas aconteceu em 1947, em State Beach, na Califórnia, organizada pela empresa Holtzman. Um ano depois, a companhia Pepsi Cola realizou um torneio de grande sucesso com prêmios em dinheiro, provocando uma “febre” pelo jogo e culminando na organização do primeiro circuito de vôlei de praia na Califórnia. A disputa envolveu as cidades de Santa Bárbara, State Beach, Corona Del Mar, Laguna Beach e Santa Mônica. Na mesma época, foi disputado no Brasil o primeiro torneio, patrocinado pela empresa Newspaper Publishing.

A primeira entidade encarregada de criar torneios e unificar as regras – a Associação de Voleibol de Praia da Califórnia – foi fundada em 1965. Neste mesmo ano, foram disputados os torneios de Tahoe, Santa Cruz, Santa Bárbara e San Diego. Neste último, o prêmio era de US$ 1.500 à dupla vitoriosa.

Popularidade em alta

Na temporada 1989/90, foi criado o Circuito Mundial de Vôlei de Praia, com torneios no Brasil, Itália, Japão e Estados Unidos. E, em 1992, a modalidade se tornou esporte profissional, regulamentada pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei). Nos Jogos de Barcelona, ainda como esporte exibição, fez sucesso junto ao público, que lotou as praias de Almería.

No ano seguinte, Juan Antonio Samaranch, então presidente do COI e Billy Paine, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, assistiram, junto a 140 mil espectadores, às finais do campeonato Mundial realizadas no Rio de Janeiro. Em 24 de dezembro do mesmo ano, o vôlei de praia foi reconhecido como esporte olímpico, estreando justamente em Atlanta. No Pan, a estréia aconteceu três anos depois, em Winnipeg, Canadá.

Regras do Vôlei de Praia

• O jogo de vôlei de praia é disputado em dois sets de 21 pontos, com uma dupla – masculina ou feminina – para cada lado. Se necessário, há ainda um último set de 15 pontos. Caso a partida esteja empatada em 20 a 20 ou 14 a 14, vence a dupla que abrir uma margem de dois pontos.
• Desde 2001, está em vigor a regra do ponto direto ou sistema de contagem contínua, sem a antiga vantagem. Os pontos são válidos cada vez que uma das duplas colocar a bola no chão da quadra do adversário (incluindo o toque de bloqueio).
• No rali, cada dupla pode tocar na bola no máximo três vezes antes de devolvê-la para o outro lado. Um jogador não pode segurar a bola nem tocá-la duas vezes seguidas, mas pode bater na bola com qualquer parte do corpo, inclusive os pés.
• A dupla que conseguir vencer o ponto obtém o direito de sacar. Cada jogador da dupla se reveza na hora do saque, num rodízio. Se a dupla que tem o saque vence o ponto, o mesmo jogador mantém-se no serviço.
• Após o saque, a bola pode tocar na rede e, se isso ocorrer e cair na quadra adversária, o jogo prossegue. Se o saque ficar retido na rede é ponto do adversário. Quando um jogador de vôlei de praia encostar qualquer parte do corpo na rede, a dupla perde o ponto.
• A cada sete pontos, as duplas trocam de lado na quadra e cada dupla tem direito a dois tempos de 30 segundos por set. No tie-break, a troca do lado de quadra é feita a cada cinco pontos.
• A quadra de areia mede 16 m de comprimento por 8 m de largura. A rede, que mede 8,5 m de comprimento por 1 m de largura, é fixada a uma altura de 2,43 m para homens e 2,24 m para as mulheres. A areia utilizada é composta por grãos finos e soltos, com uma profundidade mínima de 40 cm.
• Já a bola deve ser esférica, feita com o uso de um material flexível (couro, couro sintético ou similar) e que não permita a absorção de água. Ele deve ter cores brilhantes, circunferência com medidas de 66 cm a 68 cm e peso entre 260 g e 280 g.

Infográfico

O Vôlei de Praia no e do Brasil

O vôlei de praia é praticado no Brasil desde a década de 40, no Rio de Janeiro. Mas foi quando as estrelas da quadra passaram a fazer exibições nas areias do país, durante os anos 80, que a modalidade teve uma forte impulsionada. Renan, William, Bernard e Montanaro, todos medalhistas de prata na Olimpíada de Los Angeles-1984, participaram de competições em Ipanema, no Rio, e Guarujá, em São Paulo.

No início dos anos 90, o Brasil se firmou com uma das principais potências do esporte, sediando competições internacionais promovidas pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei). A primeira ocorreu na praia de Ipanema, no Rio, com US$ 22.000 de premiação.

Em Atlanta-1996, o vôlei de praia fez sua estréia em Olimpíadas e o Brasil, que já era a maior força da modalidade, confirmou seu favoritismo só no feminino. Duas duplas brasileiras fizeram a final. Jacqueline Silva e Sandra Pires ficaram com o ouro, e Mônica Rodrigues e Adriana Samuel, com a prata.

No masculino, o Brasil foi representado por Emanuel/Zé Marco e Franco/Roberto Lopes. As duas duplas, consideradas favoritas, decepcionaram e não chegaram às primeiras posições.

Em Sydney-2000, as duplas brasileiras chegaram novamente como francas favoritas. O Brasil conquistou três medalhas, porém, nenhuma de ouro. Líderes do ranking, os brasileiros tiveram de se contentar com os lugares mais baixos do pódio.

A redenção masculina nas Olimpíadas aconteceu apenas em Atenas-2004. Com uma campanha perfeita (sete vitórias em sete partidas, com apenas três sets perdidos), Ricardo e Emanuel finalmente conquistaram uma medalha de ouro para o Brasil no masculino. No feminino, Adriana Behar e Shelda repetiram a prata de quatro anos antes, desta vez perdendo para as favoritas norte-americanas Kerri Walsh e Misty May.

Na história dos Pan-Americanos, o Brasil tem três medalhas de ouro. Adriana Behar e Shelda ganharam a primeira edição da competição, em Winnipeg-1999. Em Santo Domingo-2003, as principais duplas do país desistiram de disputar a competição e o país garantiu apenas uma prata, com Luizão e Paulo Emílio, e um bronze, com Ana Richa e Larissa.

Logo depois, Larissa formou nova dupla, com Juliana, na parceria que desbancaria a hegemonia no Behar e Shelda. Após somarem os títulos do Circuito Mundial de 2005 e 2006, foram campeãs no Pan do Rio, em 2007, ao baterem as cubanas Dalixia Fernandez e Tamara Larrea na final. No masculino, Ricardo e Emanuel ficaram com o ouro, após baterem Stolfus e Loomis, dos Estados Unidos.

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