Olimpíadas de Londres 2012- Vamos conhecer todas as modalidades de esporte

Como um atleta que sou, bem...fui até pouco tempo atrás mas estou voltando rssss acho por demais importante a divulgação dos esportes olímpicos no Brasil. Aqui só sabemos de futebol. De vez em quando temos repentes de aprender sobre outros esportes como tenis, automobilismo, voley, quando aparecem ídolos como Guga, Ayrton Senna etc...mas logo desistimos e esquecemos quando saem de cena. E queremos nos dar bem nas Olimpíadas assim. Nas ocasiões a imprensa nos torna ufanistas e passamos a achar que somos o máximo. Até que chega o momento da competição e vem a decepção. Aparecem então os críticos de plantão dizendo que não investimos nestes esportes, que temos que mudar tudo e fica tudo por isto mesmo até a próxima olimpíada. Pelo menos desta vez o SESI-SP através  da FIESP tem feito um trabalho bastante bom, mas para um país com as dimensões e pretensões do Brasil, é pouco.

Enfim, para Londres este ano o mais provável é que aconteça o de sempre. Espero que para 2016 aqui no Brasil, as coisas de encaixem.

Bem, feito esta introdução, vou começar uma série de posts falando de todas as 38 modalidades de esportes que estarão representadas em Londres.

Em ordem alfabética começaremos com Tiro com Arco.

A História do Arco e Flecha

Grandes impérios foram estabelecidos tendo como armas principais o arco e a flecha. A arma era tão importante que o poder de uma nação era baseado na pontaria de seus arqueiros. Os egípcios foram o primeiro povo a utilizar o arco, por volta do ano 3500 a.C. Em 1800 a.C., os assírios criaram um arco menor e mais leve, feito com couro, marfim e madeira, com o qual conseguiam um perfil curvo.

Embora o valor do arco como arma de guerra tivesse declinado depois da invenção das armas de fogo, no século 16, o desafio e a diversão que significam disparar com arco garantiram sua sobrevivência. O rei Henrique 8º, um entusiasta dos esportes, promoveu o tiro com arco como passatempo oficial da Inglaterra e encarregou sir Christopher Morris, em 1537, da criação de uma sociedade de arqueiros que ficaria conhecida como The Guild of St. George (A Irmandade de São Jorge).

A partir do ano 1600, foram criados clubes para a prática do arco e flecha. As competições e os torneios serviam para medir a categoria de cada clube e foram o primeiro passo para a regulamentação do esporte. O mais importante desses torneios, o Ancient Scorton Silver Arrow Contest, foi disputado em 1673, em Yorkshire, na Inglaterra, e persiste até hoje. As mulheres entraram para as sociedades de arqueiros em 1787. Em 1828, foi criado, na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, o primeiro clube de arqueiros do continente americano, o United Bowmen.

Arco e Flecha nas Olimpíadas

Arco e flecha apareceram pela primeira vez em Olimpíadas em 1900, durante os Jogos de Paris, como uma homenagem do COI ao mítico guerreiro Hércules, considerado o primeiro arqueiro da história. Depois de Antuérpia-1920, a modalidade saiu do programa oficial dos Jogos, ficando ausente do programa olímpico por 52 anos. Apenas nos Jogos de Munique-1972 o tiro com arco se consolidou como esporte olímpico, em grande parte pelo esforço dos poloneses, que trabalharam para criar um regulamento internacional.

Em 1931, foi criada a Fita (Federação Internacional de Tiro com Arco), e no ano seguinte, disputou-se o primeiro campeonato mundial, na Polônia. Hoje, 142 países são filiados à Fita. A grande potência do Tiro com Arco no mundo é a Coréia do Sul, que nos últimos Jogos Olímpicos conquistou três medalhas de ouro e uma de prata. Estados Unidos, França e Grã-Bretanha são os principais adversários dos coreanos.

Arco e Flecha no Brasil

No Brasil, arco e flecha eram usados pelos índios que habitavam o país antes mesmo da chegada dos portugueses. Como modalidade esportiva, o tiro com arco chegou de avião. O principal agente desta viagem foi Adolpho Porta, um comissário de vôo da Panair do Brasil que até 1955 morava em Lisboa, capital portuguesa. Praticante assíduo do esporte, Adolpho retornou ao Brasil com alvos, arcos e flechas na mala, além do regulamento da federação internacional que lhe fora doado pelo presidente da federação portuguesa da modalidade.

Adolpho foi ao Fluminense Futebol Clube e conheceu Waldemar de Oliveira, comerciante de artigos de caça e pesca e membro do Clube Carioca de Tiro. Assim, a primeira prova foi realizada em 1955, no Rio de Janeiro, e patrocinada pelo Clube de Tiro e Diário de Notícias. O Fluminense até tentou abiscoitar o troféu e se apresentou com uma equipe feminina, mas o vencedor foi justamente Adolpho Porta.

Depois disso, a modalidade ganhou novos adeptos, por meio de vários clubes do Rio, como o Clube Carioca de Tiro, o Andaraí Atlético Clube, o Clube de Regatas Vasco da Gama, o Riachuelo Tênis Clube e o Clube Municipal.

Nos anos 70, o tiro com arco começou a ganhar âmbito internacional, com a participação de arqueiros em torneios importantes, como Mundiais e Jogos Pan-Americanos. Em 1972, o Brasil se filiou à Fita, enviando ao Campeonato Mundial os arqueiros Renato Joaquim Emílio e Arcy Kempner. Em 1991, com o crescimento de federações estaduais e do número de atletas, foi criada a Confederação Brasileira de Tiro com Arco, responsável pela organização do esporte no país.

A primeira conquista internacional veio no Pan-Americano de 1979, justamente quando a modalidade estreou nos Jogos. Arcy Kempner foi a brasileira que estreou o pódio, com uma medalha de bronze. Em 1983 mais três bronzes, trazidos por Renato Emílio e a equipe formada por Martha Emílio, Cláudia Vasques e Angela Fernández. Desde então, nenhuma outra medalha foi conquistada pela seleção brasileira.

Em Olimpíadas, os brasileiros estrearam em Moscou-1980. Arcy Kempner e Renato Emílio, os primeiros representantes do país, ocuparam apenas posições intermediárias na classificação. Desde então, participaram também dos Jogos de Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992, sem destaque. Em Pequim, o tiro com arco brasileiro volta aos Jogos Olímpicos após 16 anos. Luiz Gustavo Trainini garantiu vaga para o Brasil no Festival Olímpico disputado em El Salvador.

Tiro com Arco, Curiosidades, Infográfico e Regras

Hoje vamos conhecer um pouco as Regras do Arco e Flecha e conferir algumas curiosidades do Tiro com Arco.

• O objetivo do esporte é somar o maior número de pontos ao atirar flechas em um alvo. Existem duas modalidades do tiro com arco: arco recurvo e arco composto. O arco recurvo é um arco simples, cujo princípio de funcionamento é o mesmo dos arcos utilizados na Idade Média. É também chamado de arco olímpico, por ser o modelo para disputa nas Olimpíadas. O arco composto é um arco que utiliza um sistema de roldanas para alavancar a energia transmitida à flecha no ato do tiro.
• As competições são disputadas em três tipos de campos: outdoor (campo aberto e plano), indoor (ginásio coberto) e field (campo aberto e irregular). Os campos são divididos em pistas, com 30 metros de largura, no final das quais se encontram os alvos. As distâncias em relação ao alvo mudam segundo as categorias masculina e feminina. Os homens atiram a 30, 50, 70 e 90 m; as mulheres, a 30, 50, 60 e 70 m.
• A pontuação de cada flecha segue o padrão da Fita (Federação Internacional de Tiro com Arco). Os competidores disparam duas séries de 36 tiros em um alvo com 1,22 m de diâmetro. Todas as flechas contam para a pontuação geral.
• O alvo é dividido em dez setores. O círculo central tem 12,2 cm de diâmetro e as coroas têm, cada uma, 6,1 cm a mais de raio. As faixas são coloridas na seguinte ordem, a partir do centro: duas douradas, duas vermelhas, duas azuis, duas pretas e duas brancas. Uma flecha no centro (“mosca”) vale 10 pontos; no círculo dourado vizinho ao centro, 9 pontos. E assim sucessivamente, em ordem decrescente, até o círculo branco mais afastado do centro, que vale 1 ponto. Flechas que atravessam ou ricocheteiam o alvo (ou outra flecha) só contam pontos se deixarem marcas visíveis. Se a flecha atingir uma linha divisória entre as faixas, vale a pontuação mais alta.
• As flechas, tubulares, são feitas de liga de alumínio e têm uma ponta de aço. Variam em comprimento e peso, mas este não deve ultrapassar 28 gramas. Os arcos, que podem ser de aço ou de uma mistura de fibra de vidro, madeira compensada e plástico, não possuem medida-padrão. O tamanho varia de acordo com a estatura do arqueiro.

Infográfico | Regras do Arco e Flecha

Curiosidades do Arco e Flecha

• Em Londres-1908, dois atletas ingleses, William e Charlotte Dod, tornaram-se os primeiros irmãos a conquistar medalhas olímpicas na mesma modalidade. William levou o ouro na categoria longa distância, e Charlotte foi prata no tiro curto.
• Em todas as Olimpíadas, a Grã-Bretanha, pioneira do esporte, conquistou apenas 9 medalhas. As duas de ouro foram obtidas justamente em Londres-1908. Os Estados Unidos lideram o quadro geral de medalhas – são 14 de ouro e 32 no total.
• Para saber a qual atleta pertence determinada flecha e evitar enganos como atribuir um disparo ao atirador errado, todos os arqueiros identificam as flechas pertencentes a eles, escrevendo o nome ou somente as iniciais em cada projétil atirado ao alvo.
• Conhecido no Brasil como arco e flecha, o nome oficial da modalidade é tiro com arco. Para se adaptar à convenção internacional, a Confederação Brasileira de Tiro com Arco adotou, em 1991, essa denominação.
• Tiro com arco emagrece. O esporte não parece ser dos mais movimentados, porém, uma hora praticando arco e flecha custa cerca de 234 calorias. Um pouco mais do que a canoagem, por exemplo, que gasta 216 calorias em uma hora de prática.
• A atriz Geena Davis é praticante do tiro com arco desde 1997. Ela chegou a figurar entre os 25 primeiros colocados do ranking norte-americano em 1999, quando tentava índice classificatório para Sydney-2000. Não conseguiu.

Personagens

Os primeiros textos que narram as aventuras de Robin Hood datam do século 14. Acredita-se que foram inspirados na vida do Conde de Huttington, que viveu no fim do século 12. Mas o mito do arqueiro que roubava dos ricos para dar aos pobres continua presente no tiro com arco. Quando um atleta crava uma flecha na traseira de outra, o feito recebe o nome de “Robin Hood”. Entretanto, não é só o ele que pode ser associado ao esporte. No candomblé, a deusa da caça e da pesca, Logum Edé, está sempre com seu arco e flecha – conta-se que ela habita as matas e as águas doces.

A Maçã

Até nos teatros de ópera o tiro com arco foi encenado. Gioacchino Rossini, autor de “O Barbeiro de Sevilha”, adaptou aos palcos a história de Guilherme Tell, lendário herói alemão conhecido pelas suas habilidades como arqueiro. Uma de suas lendas mais famosas é a da flechada na maçã que teve de acertar, sendo que a fruta estava sobre a cabeça do próprio filho. A “brincadeira” fazia parte de uma punição imposta pelo tirano austríaco Albrecht Gessler, desafeto do arqueiro. Guilherme Tell teria participado da guerra de libertação da Suíça face ao império da Áustria, no início do século 19.

Permitido fumar

O norte-americano Justin Huish, campeão olímpico em Atlanta-1996, era apontado como favorito para ganhar a medalha de ouro em Sydney-2000. No entanto, devido a uma acusação de tráfico de maconha, ele teve que abandonar a equipe norte-americana. E foi justamente a partir de Sydney-2000 que passou a ser permitido aos arqueiros fumar (cigarros comuns, é bom deixar claro) entre uma flechada e outra. As autoridades esportivas entenderam que a mudança poderia servir para que os atletas relaxassem, podendo assim estabilizar o desempenho em caso de abstinência. 

Preciso dar o devido crédito à esta matéria ao site Canal Olímpico

http://www.canalolimpico.com.br/