Sábado 16 de
março, dia de descanso para muitos, outros tantos trabalhando.
Enfim, um sábado
como outro qualquer.
Dia para aproveitar para fazer compras.
Crianças brincam
nas ruas, já que não é dia de aula nas escolas.
A maioria
estão com seus impostos federais, estaduais e municipais, pagos. Os que não, muito provavelmente é porque estão desempregados ou porque priorizaram
comida na mesa e não sobrou recursos.
Meteorologistas
prevêem dia de chuva a pelo menos uma semana.
A maioria sabe e muitos saem de
casa com seus guarda-chuvas.
Mas a
previsão é de chuva pesada e por isto supõem-se que a Defesa Civil esteja
avisada.
Uma grande
parcela da população, mora em região de risco nas encostas dos morros.
Lá vivem
não porque era seu sonho de vida.
Mas porque sua cruel situação financeira, não
permitia que fossem para outro lugar.
Os trilhões
de Reais arrecadados anualmente em impostos, pagos inclusive por estas pessoas
(até sem saber), já que traiçoeiramente está embutido nos preços dos
produtos que compram.
De repente,
nuvens escuras se aproximam. O dia vira noite e a noite mais ameaçadoramente negra.
As sirenes
de alerta (as que por acaso estejam funcionando) começam a soar com seu ruído
estridente, mas abafada pelo barulho já ensurdecedor da chuva que cai.
Tarde
demais.
A terra já encharcada pelas chuvas dos dias anteriores, como a alma que
sai do corpo sem vida, separa-se da montanha que era sua vida.
Com ela,
leva árvores, enormes pedras, casas, sonhos e o que é pior, vidas.
Em minutos,
ruas se transformam em rios, avenidas em mares e as cidades em oceanos, de lama
e destroços.
Nestes, ao
contrário dos verdadeiros, não se encontram peixes ou qualquer outra forma de
vida.
Eles não tem vida, pois são carregados de morte.
Morte esta, alimentada pelo Satã.
Pelo Satã da Irresponsabilidade.
Pelo Satã da
Inoperância.
Pelo Satã da Impunidade.
Mas Satã se
valendo de sua mais amena de todas as suas vis características, tenta enganar aos
seres vivos que da tragédia sobreviveram, que a culpa é de Deus, que enviou à
nossa terra uma chuva “muito acima da média”.
E desde
quando Deus faz conta para decidir o que fazer?
Ora, esta
“média” sabe-se lá como foi calculada, já deveria ter sido revista, para cima,
já que a todo momento o valor é ultrapassado.
E aqui a palavra Ultrapassado tem duplo valor. O de fazer muito tempo e
o de ser sobrepujado.
Mas de novo
Satã nos engana. Ele deveria ter dito que esta “média conveniente” foi
ultrapassada.
Média
conveniente, pois se ela não se alterar com o tempo, nada precisará ser feito.
Bingo. Esta
é a palavra mágica: Inoperância
A distância
entre os Satãs e a população é tão grande, que as mantém a léguas afastada.
É
difícil se responsabilizar por algo ou alguém tão distante.
Bingo. Esta
é a segunda palavra mágica: Irresponsabilidade
Já disse
algumas vezes que Presidente, Governador e Prefeito nada são além de síndicos
de prédio.
A diferença está apenas no tamanho do condomínio.
E o que
acontece com o síndico que não trabalha em prol dos moradores do prédio?
Lógico, vai
ser trocado.
E lá não tem favorecimentos tipo “Bolsas” que possam ser
distribuídas.
Mas Satã está acima de tudo. Ele é o Mal. Quem ousaria discutir
com ele?
Bingo. Esta
é a terceira palavra mágica: Impunidade
Vocês devem
estar pensando que estou falando da tragédia em Petrópolis desta semana.
Mas retruque
quem puder. Qual a diferença desta tragédia da de 2010, 2011, 2012?
Só a
cidade.
Mas os Satãs
são os mesmos.
São
Irresponsáveis, Inoperantes e Impunes.
Presidente
Dilma, a Senhora está sendo ludibriada por alguns parceiros ou companheiros.
Precisa dar
mais valor aos não Satãs.
Precisa
discernir entre os parceiros de valor e os Satãs.
Sim há muitos bom políticos.
A Senhora
foi empossada Presidente em 2011.
Nos anos anteriores seu antecessor e mentor
já havia chorado nestas mesmas tragédias e prometido verbas e ações enérgicas.
A Senhora
mesma já o fez em 2011, 2012 e agora em 2013.
As verbas
aonde foram parar?
Desculpa dizer, mas provavelmente no bolso de alguém.
Pois nada ou quase
nada foi reconstruído desde então.
Lembre-se que no Japão, após o Tsunami, cidades foram literalmente varridas do mapa, mas já foram reconstruídas e quiças tenham ficado ainda mais bonitas e melhores de se morar.
Hoje, 20 de março de 2013 no noticiário de
uma grande emissora de televisão, muito amiga do seu governo, mostraram prédios
construídos pelo programa Minha Casa,
Minha Vida, com estas verbas, rachados e inutilizados ainda em construção,
nestas cidades assoladas por estas tragédias.
Clique no link abaixo para assistir, caso não seja de seu conhecimento.
Prédios destinados a desabrigados do Morro do Bumba podem desabar
Resultado: serão demolidos e
refeitos.
Refeitos com o dinheiro do imposto pago por estas mesmas pessoas que
estão sem moradia.
Presidente
Dilma, que ações enérgicas a senhora se refere, agora, que vai tomar?
Proibir
estas pessoas de morar nestes locais ou sua força será dirigida aos Satãs no
Poder?
Como bem
disse um grande jornalista em seu Jornal matinal no rádio, os menos favorecidos
tem o mesmo carinho por seus filhos quanto os mais favorecidos.
Eles choram e
sentem a mesma dor quando os perdem. E quando isto acontece por ação direta de
Satã, dói muito mais.
Ah! Mais um detalhe Senhora Presidente, as fotos acima de tragédias, são de todos estes anos que citei.
A Senhora conseguiria distinguir qual é de cada tragédia.
Com certeza não. Nem eu.
É tudo igual nada mudou. A não ser as vidas perdidas. Elas tem nome sim. E diferentes.
Mais um detalhe.
Não acho que a Senhora não deva se hospedar em Suites Presidências dos melhores hotéis do mundo.
A Senhora é nossa Presidente.
Mas fazê-lo agora durante a tragédia, quando de sua desnecessária viagem à Roma...pegou mal.
PELO AMOR DE DEUS ACORDA BRASIL
caceta, pegou pesado...mas é isso mesmo...ser elite não se aproveitar do poder, e sim usa - lo para o bem comum..
ResponderExcluirNão peguei pesado Camilo.
ResponderExcluirSó falei a verdade. Mas a verdade às vezes PESA.
Ronald, parabéns pelo fiel retrato da nossa realidade no seu brilhante texto. Mais uma vez você mostrou todo seu olho de observador costumaz das nossas mazelas, que consegue ver nos fatos cotidianos suas vísceras mas envisceradas e, sobretudo, o descaso das nossas autoridades de plantão com as vidas dos nossos irmãos, no que refere-se aos cuidados preventivos para que não venham a tornar-se mais um número nas estatísticas das tragédias que, regularmente, mostram todo seu vigor, todo seu grito de dor. Você conseguiu sintetizar isso no seu texto com talento que já lhe é peculiar. Pena que tenha que catar a inspiração em cenas como estas que nos entristecem e envergonham pela magnitude da burrice e incompetência que nunca as deixam de sair de cena.
ResponderExcluirRonald, parabéns pelo fiel retrato da nossa realidade no seu brilhante texto. Mais uma vez você mostrou todo seu olho de observador costumaz das nossas mazelas, que consegue ver nos fatos cotidianos suas vísceras mas envisceradas e, sobretudo, o descaso das nossas autoridades de plantão com as vidas dos nossos irmãos, no que refere-se aos cuidados preventivos para que não venham a tornar-se mais um número nas estatísticas das tragédias que, regularmente, mostram todo seu vigor, todo seu grito de dor. Você conseguiu sintetizar isso no seu texto com talento que já lhe é peculiar. Pena que tenha que catar a inspiração em cenas como estas que nos entristecem e envergonham pela magnitude da burrice e incompetência que nunca as deixam de sair de cena.
ResponderExcluirLamentavelmente, disseram que vão tomar medidas mais enérgicas. Mas, não contra os desmandos (tem prefeito que foi deposto, mas não está na cadeia, por desviar verbas de auxilio ao combate às enchentes). As medidas enérgicas seriam para retirar a população das áreas de risco. Porém, ninguém vai para área de risco por opção; sim por falta dela. De outro lado, o problema não é a Presidente estar em Roma num dos melhores hotéis, pois isso condiz com a sua posição (Chefe de Estado); o que não tá certo é o "trem da alegria", com tantos membros nessa comitiva...
ResponderExcluirRonald,
ResponderExcluirAinda hoje pela manhã um comentarista de rádio falava sobre essas tragédias e questionava exatamente isso: onde está o dinheiro referente à última tragédia destinado para a reconstrução daquela área? Nesse momento entrou em cena alguém explicando que sempre que acontece eventos desse tipo o dinheiro que chega, quando chega, é sempre menor que o anunciado. Disse ainda que o primeiro desencaixe desse dinheiro é de 19%, 8 ou 9% no segundo e assim mesmo essa liberação só acontece quando da apresentação das planilhas de aplicação da primeira verba. Aí começa o problema que vem de encontro ao que falou acima: inoperância, irresponsabilidade, impunidade dos órgãos envolvidos. É o inferno (olha o satã aí gente...) brasileiro em todo seu explendor; uma hora não tem lata, outra hora não tem m...., outra hora tem lata e m....., mas não tem quem sirva e por aí vai.
Temos mesmo que meter a boca, falar tudo que for preciso e xingar quando necessário (e isso tem sido uma constante). Quem sabe assim um dia, alguém mais honesto, com vergonha na cara e desprendimento (de rabo) suficiente se "liga" e resolve fazer uma faxina em tudo isso. É provavel que nesse momento o mundo ache que a terra foi atingida por algum enorme meteorito, tamanha a poeira levantada e que provavelmente cobrirá a luz do sol.
Vamos à luta porque a rapadura é doce mas não é mole não.
Abraços.
uau !! o melhor post no blog
ResponderExcluirbjo te amo
Renée